Ele estava a meio da última pergunta do
último exame quando a caneta subitamente falhou.
Surpreso por aquela pequena traição,
insistiu rasurando a folha de prova em sulcos absolutamente brancos.
Apreensivo começou a riscar mais
depressa, com mais força, mais loucamente, até que a folha se rasgou.
Atónito, espreitou para um lado,
espreitou para outro. Ninguém conhecido.
-
Ò menino, olhe para o seu teste! – gritaram-lhe.
Torceu a caneta entre as mãos
ordenando-lhe: Escreve!
O plástico estalou e a caneta
espalhou-se em mil estilhaços.
Uma rapariga de lábios rubros
inclinou-se na sua direcção.
Ele pensou: Um beijo?
-
Usa a minha estúpido.